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  • Circuito Litoral Norte de São Paulo

Ubatuba

Os índios Tupinambá foram os primeiros habitantes da região. Eram excelentes canoeiros e dominavam o arco e flecha e aqui viviam em paz com os índios do planalto até a chegada dos portugueses e franceses, que tentaram escravizar os índios com o intuito de colonização. Naquela época Ubatuba era conhecida como Aldeia de Iperoig, passando para categoria de Vila somente em 1554 . Os portugueses mantinham relações de amizade com os Tupiniquim. Os Tupinambá, sob o comando de Cunhambebe, fizeram a aliança conhecida por “Confederação dos Tamoios” – Os mais velhos da Terra – e junto a outras tribos de Bertioga a Cabo Frio passaram a lutar contra o domínio lusitano.

Para evitar o conflito, os portugueses convocaram em 1563 uma dupla de negociadores, os Jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta. Anchieta durante as negociações ficou prisioneiro por aproximadamente quatro meses, e nesse período escreveu vários poemas, dentre eles o célebre “Poema à Virgem” nas areias da Praia do Cruzeiro, enquanto Manoel da Nóbrega voltou à Aldeia de São Paulo para concluir o Tratado da Paz. Em 14 de setembro de 1563 foi assinado o primeiro tratado de paz das Américas, conhecido por “Paz de Iperoig”, o armistício acabou não sendo cumprido o que para algumas tribos significou sua aniquilação, com os franceses sendo expulsos da região e os índios pacificados ou dizimados pelos portugueses. Com o tratado firmado, o Governador Geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, tomou providências para colonizar a região, enviando os primeiros moradores para garantir a posse da terra para a Coroa Portuguesa. O povoado foi elevado à Vila em 28 de Outubro de 1637, agora se chamando Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, tendo como fundador Jordão Albernaz Homem da Costa, nobre português das Ilhas dos Açores.

Os povoadores se instalaram ao longo da costa, utilizando o mar como meio de transporte. A pobreza enfrentada pelos primeiros povoadores da região permanece até o final do séc. XVIII quando a plantação de cana-de-açúcar permite pela primeira vez que Ubatuba tenha uma economia significativa. Todavia, com o surgimento da economia do ouro, a região do Litoral Norte se transforma em produtora de aguardente e açúcar para o abastecimento das áreas de Minas Gerais, que experimentava um novo surto do progresso. Em 1787, o presidente da Província de São Paulo, Bernardo José de Lorena, decretou que todas as embarcações do litoral seriam obrigadas a se dirigir ao porto de Santos, onde os preços obtidos pelas mercadorias eram mais baixos. A partir dessa pressão do governo, Ubatuba entra em franca decadência e muitos produtores abandonaram os canaviais. Os que ficaram passaram a cultivar apenas o necessário para a subsistência. A situação só melhorou a partir de 1808 com a abertura dos portos. A medida beneficiou diretamente a então Vila de Ubatuba.

O comércio ganha impulso inicialmente com o cultivo do café no próprio município, enviado para o Rio de Janeiro. Todavia, o café se expande para todo o Vale do Paraíba e Ubatuba passa a ser o grande porto exportador, privilegiada mais ainda pela estrada Ubatuba – Taubaté. Ubatuba nessa época ocupava o primeiro lugar na renda municipal do Estado. Novas ruas são abertas, o urbanismo, no sentido moderno, alcança o município. São criados o cemitério, novas igrejas, um teatro, chafariz com água encanada, mercado municipal e novas construções para abrigar a elite local, dentre as quais o sobrado de Manoel Baltazar da Cunha Fortes, o famoso Sobradão do Porto (1846).

É nesse apogeu que Ubatuba é elevada a categoria de cidade em 1855 e em 1872 foi elevada a comarca, juntamente com São José dos Campos. Nesse ano 7.565 habitantes viviam na recém formada cidade. As grandes construções datam desse período, o prédio da atual Secretaria Municipal de Turismo e a Igreja Matriz. Pouco mais tarde, a partir de 1854, iniciou-se a construção da Santa Casa da Irmandade do Senhor dos Passos de Ubatuba. A construção da ferrovia Santos-Jundiaí, aliada à economia cafeeira que, se por um lado permitiu que a Vila alcançasse o status de cidade, por outro, levou o município a seu declínio, quando o café deslocou-se para o Oeste Paulista, provocando a decadência econômica do Vale do Paraíba e consequentemente, de Ubatuba, principal porto de exportação. De 1870 a 1932 Ubatuba ficou isolada e decadente, as terras desvalorizaram-se, as grandes residências transformaram-se em ruínas. Em 1940 Ubatuba se resumia a 3.227 habitantes. Depois de um longo período, após a Revolução Constitucionalista de 1932, com o objetivo de integrar a região, cujo isolamento ficou patente no conflito, o Governo Estadual promoveu melhorias na Rodovia Oswaldo Cruz (Ubatuba-Taubaté), passando a cidade a contar com uma ligação permanente com o Vale do Paraíba. Com a reabertura da estrada, inicia-se um novo desenvolvimento econômico: O Turismo. No início da década de 1950, com a abertura da SP55, Ubatuba-Caraguatatuba, intensifica-se o turismo e a especulação imobiliária. Em 1967 Ubatuba é elevada a categoria de Estância Balneária e culmina com a abertura da Rodovia Rio-Santos em 1975, quando o turismo se torna a maior fonte de renda do município.

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